terça-feira, 6 de março de 2018

"Tópicos Especiais em História: O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil"

Um grupo de 22 professores das áreas de História, Sociologia, Economia, Psicologia, Educação, Estudos de gênero, Ciência Política e Direito está oferecendo a disciplina O Golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil, propondo o mesmo programa da disciplina dos profs.  Luís Felipe Miguel e Karina Damous Duailibe , da UNB, que está sob ameaça do Ministro da Educação que solicitou a intervenção do Ministério Público.

Uma solidariedade ativa que está se reproduzindo em várias universidades no país, reafirmando a autonomia universitária. Conclamamos a todos a se matricularem na disciplina, que será registrada com o nome: FCH436 - Tópicos Especiais em História: O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil- Departamento de História - FFCH - UFBA.
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Universidade Federal da Bahia - UFBA
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - FFCH
Departamento de História
FCH436 - Tópicos Especiais em História: O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil
1º semestre de 2018
Professor: Carlos Zacarias de Sena Júnior et al.

EMENTA
A disciplina aqui ofertada é inspirada na disciplina oferecida na Universidade de Brasília pelos docentes Luís Felipe Miguel e Karina Damous Duailibe e tem três objetivos complementares: (1) Entender os elementos de fragilidade do sistema político brasileiro que permitiram a ruptura democrática de maio e agosto de 2016, com a deposição da presidente Dilma Rousseff. (2) Analisar o governo presidido por Michel Temer e investigar o que sua agenda de retrocesso nos direitos e restrição às liberdades diz sobre a relação entre as desigualdades sociais e o sistema político no Brasil. (3) Perscrutar os desdobramentos da crise em curso e as possibilidades de reforço da resistência popular e de restabelecimento do Estado de direito e da democracia política no Brasil.

CONTEÚDO
Aula introdutória: O que é golpe de Estado;
1. Do golpe de 1964 a Nova República
1.1 Regime político e classes sociais no Brasil no pós-guerra;
1.2. O governo João Goulart e o golpe de 1964;
1.3. A ditadura e a crise da ditadura
1.4. A Constituição de 1988 e o sistema político na Nova
República;
2. O PT e o pacto lulista
2.1 O “novo sindicalismo” e o surgimento do PT;
2.2 O lulismo (I): reformismo fraco;
2.3 O lulismo (II): promoção da paz social;
2.4 O governo Dilma e a tentativa de repactuação lulista;
3. Democratização e desdemocratização
3.1 O conceito de democracia;
3.2 Democracia e capitalismo;
3.3 Os limites da representação política;
3.4 A crise global e a democracia;
3.5 Os processos de desdemocratização;
4. Das “Jornadas de Junho” a destituição de Dilma
4.1 Os sentidos de junho de 2013 (I): os limites do lulismo;
4.2 Os sentidos de junho de 2013 (II): a impermeabilidade do sistema político;
4.3 As eleições de 2014;
4.4 A campanha pela deposição de Dilma: a mídia;
4.5 A campanha pela deposição de Dilma: o novo ativismo de direita;
4.6 A campanha pela deposição de Dilma: o judiciário e a Lava-Jato;
4.7 A campanha pela deposição de Dilma: as classes médias;
4.8 A campanha pela deposição de Dilma: as burguesias e seus representantes;
5. O governo ilegítimo e a resistência
5.1 O projeto do governo Temer (I): retirada de direitos;
5.2 O projeto do governo Temer (II): redução do Estado;
5.3 O projeto do governo Temer (III): desnacionalização;
5.4 O projeto do governo Temer (IV): ataque às liberdades e à democracia;
5.5 A nova direita radical e a ascensão do parafascismo;
5.6 A mídia e as rede sociais;
5.7 Trabalho e sindicalismo;
5.8 A esquerda e as pautas “identitárias”;
5.9 A resistência popular e as eleições de 2018;
BIBLIOGRAFIA
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SINGER, André – “A (falta de) base política para o ensaio desenvolvimentista”, em André Singer e Isabel Loureiro (orgs.), As contradições do lulismo: a que ponto chegamos? São Paulo: Boitempo, 2016.
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AMARAL, Marina – “Jabuti não sobe em árvore: como o MBL se tornou líder das manifestações pelo impeachment”, em Ivana Jinkings, Kim Doria e Murilo Cleto (orgs.), Por que gritamos golpe? Para entender o impeachment e a crise política no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2016.
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SAKAMOTO, Leonardo – “O governo Temer escolhe o inimigo: os direitos adquiridos pelos mais pobres”. Blog do Sakamoto, 17 mai. 2016 (blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/ 2016/05/17/o-governo-temer-escolhe-o-inimigo-os-direitos-adquiridos-pelos-mais-pobres/).
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Equipe de docentes responsáveis pela disciplina:
Antonio da Silva Câmara (Sociologia)
Bárbara Carine (Química)
Betty Malin (Psicologia)
Carlos Zacarias de Sena Júnior (História)
Celi Taffarel (Educação)
Cláudio de Lira Santos Júnior (Educação)
Denise Lemos (IAHC)
Elza Peixoto (Educação)
Edilece Couto (História)
Graça Druck (Sociologia)
Luis Carlos Freitas (Direito)
Marcelo Pereira Lima (História)
Maria Hilda Baqueiro Paraíso (História)
Maria Victória Espiñeira Gonzalez (Ciência Política)
Marize Carvalho (Educação)
Nelson Preto (Educação)
Patrícia Valim (História)
Renata Dutra (Direito)
Rodrigo Perez (História)
Sandra Siqueira (Educação)
Sara Côrtes (Direito)
Uallace Moreira Lima (Economia)



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